Espírito Santo adere ao Programa Acredita no Primeiro Passo

Por Charles Manga

Qualificação profissional, acesso ao emprego e estímulo ao empreendedorismo passam a sustentar a estratégia do Espírito Santo para transformar a pobreza em autonomia e inclusão econômica. Esses são os pilares do Programa Acredita no Primeiro Passo. A cerimônia de assinatura da adesão capixaba, realizada em Domingos Martins, contou com a presença do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

“Já estamos comemorando conquistas, como empresas e indústrias fechando contratos de trabalho. Pessoas que estavam desempregadas e dependiam do Bolsa Família agora têm um emprego. Outras firmam contratos de inclusão produtiva, abrindo pequenos negócios”, celebrou o titular do MDS. O ministro destacou a rede de parcerias com instituições financeiras e reafirmou o objetivo do Governo do Brasil.

“Estamos fortalecendo a assistência social para superar a fome e também a pobreza”, disse. O secretário de Inclusão Socioeconômica do MDS, Luiz Carlos Everton, detalhou a expansão do programa no estado. “Conseguimos que o Banco do Nordeste, que atendia só os municípios do norte, atendesse todo o estado. O Acredita no Primeiro Passo vai ser uma revolução aqui”, afirmou.

Everton acrescentou que o Acredita ampliará o microcrédito tanto na modalidade urbana quanto na rural, e ofertará capacitação para o emprego e o empreendedorismo. “Temos parcerias com grandes empresas locais, como o Grupo Coutinho e um grande frigorífico, que já estão disponibilizando vagas de emprego para pessoas inscritas no Cadastro Único.” Acredita no Primeiro Passo marca presença nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, além de importantes estados do Sudeste.

No Norte, a iniciativa está presente nos sete estados da região: Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Acre, Rondônia e Tocantins, levando oportunidades de qualificação e empreendedorismo a territórios historicamente marcados por desafios socioeconômicos. No Nordeste, o programa também se consolida em todos os nove estados da região: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. No Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo também são contemplados, ampliando o alcance da política pública de inclusão produtiva. No Espírito Santo, a cerimônia contou com a presença do governador Renato Casagrande e de autoridades locais.

Na ocasião, houve também a adesão da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do Espírito Santo (Aderes), do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e da Empresa Frisa Frigoríficos ao programa vidas transformadas.

A empreendedora Patrícia Félix, que representou todos os beneficiários do programa, por meio do CrediAmigo do Banco do Nordeste, contou que, aos 20 anos, com uma filha pequena e um diploma de cabeleireira, enxergou no microcrédito a chance de transformar a varanda de sua casa em um negócio formal. “Meu sonho era ser assistente social, mas precisei seguir um caminho diferente. Mesmo assim, consegui me realizar. "

Acredito que a oportunidade que a gente precisa vem quando alguém acredita na gente”, declarou.

Com o trabalho sustentado pelo empreendimento, Patrícia destacou o orgulho de ter conseguido formar uma filha em fisioterapia e de ter outra estudando na Universidade Federal do Espírito Santo. Ela própria também está cursando serviço social.

“Ninguém quer viver de doações. Eu não quis cesta básica, eu quis trabalhar. E acredito que, assim como eu, muitas mulheres estão esperando por uma chance”,

enfatizou, defendendo que a inclusão produtiva é o caminho para transformar realidades. Já a artesã Rosimar Pinheiro, do município Nova Venécia, agradeceu o apoio recebido, enfatizando que o programa de microcrédito foi um parceiro fundamental para investir em seu trabalho, melhorar a renda familiar e dar estabilidade à sua casa.

Com emoção, Rosimar revelou que o apoio ultrapassou a esfera profissional. “O microcrédito não realizou apenas o meu sonho de ser artesã. Ele me ajudou a realizar um sonho que eu achava impossível, que era cuidar do meu filho, Carlos Eduardo, que é autista”, declarou.

Ela detalhou que o financiamento foi crucial para custear os cuidados de uma gestação de risco, que exigiu dois meses de repouso. “Sem o Crediamigo, na época, talvez eu não tivesse meu filho comigo. Por isso, só tenho a agradecer", finalizou.