No Cemas, pacientes enfrentam espera, desinformação e equipamentos parados

Fila, cansaço e frustração marcam a rotina de quem depende da saúde pública em Vila Velha


Por Charles Manga 

A rotina de quem busca atendimento no Centro de Especialidades Médicas de Vila Velha (Cemas) tem sido marcada por atrasos, falhas de comunicação e até a paralisação de serviços. A Secretaria de Saúde terceirizou os agendamentos, mas a promessa de organização e pontualidade não chegou até os pacientes.

Na prática, mesmo após marcar consultas e exames nos postos de saúde, os moradores enfrentam outra realidade. Ao chegar ao Cemas, os horários deixam de valer: uma senha substitui o agendamento, e a espera pode se estender por até quatro horas.

A falta de informação também revolta. Um senhor, que veio de longe, voltou para casa sem atendimento porque não foi avisado no posto de origem sobre a ausência de médicos. Casos como esse se repetem, aumentando a sensação de descaso.


Nesta semana, outro episódio gerou indignação. Depois de mais de duas horas em fila, pacientes foram surpreendidos com a notícia de que não haveria exames de ultrassonografia e mamografia. Segundo uma funcionária, as máquinas estão em manutenção — informação repassada apenas na hora, deixando dezenas de pessoas sem atendimento.

A empresa responsável pelos agendamentos admite que consultas e exames são frequentemente remarcados por falta de médicos. Já a Secretaria de Saúde limitou-se a dizer que os problemas podem ser relatados à ouvidoria do Cemas.


Enquanto gestores não apresentam soluções, os corredores continuam cheios, as cadeiras de espera lotadas e a frustração dos pacientes cresce a cada dia. Para quem já chega fragilizado em busca de tratamento, a saúde pública de Vila Velha tem oferecido mais desgaste do que cuidado.

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