Trump sugere relação entre medicamentos e aumento de casos de autismo nos EUA
Postado 27/08/2025 01H39

Durante reunião ministerial, presidente levanta hipótese de causa artificial para crescimento nos diagnósticos; relatório do governo deve ser divulgado em setembro.
Por Charles Manga
Durante uma reunião ministerial realizada nesta terça-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou a possibilidade de que o aumento nos casos de autismo no país esteja relacionado a causas artificiais, como o uso de medicamentos. A reunião contou com a presença do secretário da Saúde, Robert F. Kennedy.
“Tem que haver algo artificial causando isso, quero dizer, uma droga ou algo assim. E eu sei que você [Kennedy] está olhando muito atentamente para diferentes coisas, e espero que possa apresentar isso o quanto antes”, declarou Trump, ao comentar o crescimento das taxas de diagnóstico, principalmente entre meninos.
“Era 1 em 10 mil e agora é 1 em 30, 31 ou 34, ou 12 se for um menino. Você consegue imaginar? 1 em 12. Isso para um menino. A cada 12,5. Nem dá para acreditar que possa ser isso”, afirmou o presidente.
Em resposta, o secretário da Saúde, Robert F. Kennedy, afirmou que um relatório oficial será apresentado em setembro, com apontamentos sobre intervenções que, segundo ele, “estão claramente, quase com certeza, causando autismo”. Kennedy não detalhou os dados ou evidências que serão incluídos no documento.
O que diz a ciência?
Uma pesquisa publicada na revista científica Environmental Health sugere uma possível ligação entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o aumento do risco de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças.
“Em última análise, os dados sugerem fortes evidências de que o uso pré-natal de paracetamol aumenta o risco de TDAH e autismo em crianças”, escreveram os autores do estudo.
No entanto, cientistas e especialistas em saúde pública alertam que o crescimento no número de diagnósticos também pode estar associado a avanços nos critérios de detecção e diagnóstico do espectro autista.
Um relatório divulgado em maio pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) indica que 1 em cada 31 crianças de 8 anos foi diagnosticada com TEA. Especialistas afirmam que a maior parte do aumento é explicada por casos que, anteriormente, passariam despercebidos.
“As taxas de autismo sem deficiência intelectual estão aumentando mais rapidamente do que os diagnósticos de autismo com deficiência intelectual, o que mostra que é esse grupo — que teria passado despercebido no passado — que representa a maior parte do aumento nos diagnósticos”, explicou Zoe Gross, diretora da Autistic Self Advocacy Network, ao jornal The Hill.
O relatório do governo norte-americano previsto para setembro deve gerar amplo debate na comunidade médica, científica e política, especialmente se associar fatores externos como medicamentos a alterações no neurodesenvolvimento.
“Tem que haver algo artificial causando isso, quero dizer, uma droga ou algo assim. E eu sei que você [Kennedy] está olhando muito atentamente para diferentes coisas, e espero que possa apresentar isso o quanto antes”, declarou Trump, ao comentar o crescimento das taxas de diagnóstico, principalmente entre meninos.
“Era 1 em 10 mil e agora é 1 em 30, 31 ou 34, ou 12 se for um menino. Você consegue imaginar? 1 em 12. Isso para um menino. A cada 12,5. Nem dá para acreditar que possa ser isso”, afirmou o presidente.
Em resposta, o secretário da Saúde, Robert F. Kennedy, afirmou que um relatório oficial será apresentado em setembro, com apontamentos sobre intervenções que, segundo ele, “estão claramente, quase com certeza, causando autismo”. Kennedy não detalhou os dados ou evidências que serão incluídos no documento.
O que diz a ciência?
Uma pesquisa publicada na revista científica Environmental Health sugere uma possível ligação entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o aumento do risco de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças.
“Em última análise, os dados sugerem fortes evidências de que o uso pré-natal de paracetamol aumenta o risco de TDAH e autismo em crianças”, escreveram os autores do estudo.
No entanto, cientistas e especialistas em saúde pública alertam que o crescimento no número de diagnósticos também pode estar associado a avanços nos critérios de detecção e diagnóstico do espectro autista.
Um relatório divulgado em maio pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) indica que 1 em cada 31 crianças de 8 anos foi diagnosticada com TEA. Especialistas afirmam que a maior parte do aumento é explicada por casos que, anteriormente, passariam despercebidos.
“As taxas de autismo sem deficiência intelectual estão aumentando mais rapidamente do que os diagnósticos de autismo com deficiência intelectual, o que mostra que é esse grupo — que teria passado despercebido no passado — que representa a maior parte do aumento nos diagnósticos”, explicou Zoe Gross, diretora da Autistic Self Advocacy Network, ao jornal The Hill.
O relatório do governo norte-americano previsto para setembro deve gerar amplo debate na comunidade médica, científica e política, especialmente se associar fatores externos como medicamentos a alterações no neurodesenvolvimento.
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