Oposição define impeachment de Moraes como prioridade no Senado

Por Charles Manga

Durante uma coletiva nesta segunda-feira, 21, na Câmara dos Deputados, a senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, afirmou que a oposição está empenhada em levar adiante o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A declaração veio poucos dias depois da operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, na última sexta-feira, 18.

“Decidimos que a pauta do Senado será o impeachment do senhor ministro do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes. Será a pauta que a oposição vai trabalhar nos próximos dias”, disse a senadora.

A entrevista foi convocada pelo Partido Liberal, que resolveu antecipar o fim do recesso parlamentar como reação às medidas impostas pelo STF. A legenda classificou as decisões da Corte como “descabidas e desproporcionais” e se organizou para promover mobilizações, definir estratégias de comunicação e estabelecer prioridades legislativas para o segundo semestre.

Damares acusou Moraes de violar direitos humanos em suas decisões.

“Foi por culpa dele que nós estamos sendo tarifados. Todas as decisões dele já estão comprovadas que violaram direitos humanos (…) Duas idosas estão voltando para a prisão, uma de 71 anos de idade e outra de 74 anos de idade. É ou não é violação de direitos humanos?”, questionou.

A senadora ainda relatou outro caso que considera emblemático.

“Nós tivemos uma mãe, uma esposa, que teve o seu salário congelado. O marido foi condenado e ele congela o salário da esposa para que os filhos não tenham alimentos. Crianças com menos de 10 anos. É ou não é violação de direitos humanos?”, disse.

Segundo Damares, a prioridade da oposição é votar o impeachment o quanto antes.

“O Senado decide que a pauta única da oposição será a votação imediata do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, para que assim possamos salvar a economia do Brasil e para que a nação possa ter aí um sossego nos próximos anos porque a culpa de tudo, com certeza, é Alexandre de Moraes e presidente Lula”.

Bolsonaro, que inicialmente participaria da coletiva, foi impedido de dar entrevistas ou se manifestar nas redes sociais, até mesmo em contas de terceiros, por decisão de Moraes. Mais cedo, o ministro reforçou a proibição, afirmando que ela inclui

“Obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida”.

Apesar disso, o ex-presidente esteve no Congresso pela manhã. Foi recebido por deputados aliados e, antes de seguir para o gabinete do PL, participou de um momento de oração com parlamentares na chapelaria, onde todos rezaram um Pai-Nosso.

Como parte da estratégia de enfrentamento ao Judiciário, o PL convocou reuniões extraordinárias nas Comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores da Câmara para esta terça-feira, 22.

Categoria:

Deixe seu Comentário