Assassinato: PMs são presos suspeitos de jogarem adolescente da Segunda Ponte

Por Charles Manga - Fonte : Corregedoria da PMES

Kaylan, de 17 anos, sumiu após abordagem policial. Ele foi jogado no mar pelos militares, segundo a Polícia Civil. Vídeo mostra o crime. Três policiais militares foram presos suspeitos de jogarem o adolescente Kaylan Ladário dos Santos, de 17 anos, do alto da Segunda Ponte. O corpo do garoto foi encontrado no dia seguinte.

O cabo Franklin Castão Pereira, o soldado Luan Eduardo Pompermaier Silva e o soldado Leonardo Gonçalves Machado foram indiciados por  homicídio qualificado e estão presos no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Vitória ES.
O caso aconteceu no dia 18 de fevereiro, quando o adolescente foi abordado pelos policiais no bairro Aparecida, em Cariacica, porque tinha um mandado de apreensão em aberto. Ele foi levado para a Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle), no Centro de Vitória, mas estava com o mandado vencido. O delegado em questão orientou os policiais a levarem o adolescente de volta para casa, em Cariacica. No trajeto da volta, o  jovem desapareceu e foi encontrado morto no dia seguinte na orla de Cariacica ES. Na época, os policiais contaram que o adolescente teria fugido da viatura. Meses após o caso, no entanto, a investigação pela Polícia Civil e pela Corregedoria da corporação dá conta de que os policiais foram responsáveis pela morte do menino, jogando Kaylan da Segunda Ponte. 


De acordo com as investigações da Polícia Civil, existe um vídeo que mostra o momento do crime e as imagens foram, inclusive, vistas pela mãe da vítima. O material não foi divulgado para a reportagem. 

Policiais foram denunciados pelo Ministério Público

Os três militares foram denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por homicídio qualificado, em razão da impossibilidade de defesa da vítima, e a investigação segue na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à pessoa (DHPP) de Cariacica. O caso tramita em segredo de Justiça. Por nota, a Polícia Militar confirma que os 3 policiais estão presos e declara que “possui compromisso com a ética e transparência” e que “já há um inquérito para apurar rigorosamente a conduta dos envolvidos”. Já a Associação dos Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar (Aspra-ES) informou que está acompanhando o caso, dando o apoio jurídico e social necessário aos policiais. A associação diz que acredita na legitimidade da conduta dos militares e que “o jurídico está trabalhando para elucidar os fatos”.

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