Encontro de lideranças marca o retorno de Manato à política em direção ao Senado

Redação 


Evento promovido na pousada Itamarty reuniu prefeitos, vereadores e lideranças civis de várias regiões, com Carlos Manato defendendo reformas, valores da direita e um Senado independente

O primeiro Encontro de Lideranças do Espírito Santo, realizado na pousada Itamarty, em Pedra Azul, marcou um passo importante no tabuleiro político capixaba. Idealizado e sediado pelo ex-deputado federal Carlos Manato, o evento reuniu um público diverso: prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, ex-prefeitos, secretários municipais e representantes de entidades civis de pelo menos onze cidades — entre elas, Vila Velha, Domingos Martins, Castelo, Viana, Alegre, Ibitirama, Vargem Alta e Afonso Cláudio.

Mais do que falar em direita ou esquerda, o foco foi o desenvolvimento do Espírito Santo. Casos de gestão bem-sucedida foram apresentados por nomes como dos prefeitos, João Paulo Nali, de Castelo, Nirrô Emerick, de Alegre, e Luis Pancoti, de Ibatiba. O vice-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Júnior Corrêa, também compartilhou experiências do município. A presença de diferentes perfis reforçou o que muita gente já sabe: Manato tem capilaridade. Construiu, ao longo dos anos, uma rede sólida e espalhada por todo o estado.


Durante o Encontro de Lideranças, Carlos Manato defende um Senado independente, conectado com as bases e firme na proteção dos valores conservadores — sob atenção total da plateia

Mas o evento não se resumiu à troca de experiências. Serviu também como vitrine — ou melhor, como plataforma — para um reposicionamento claro: Manato está de volta ao jogo e prepara seu retorno ao cenário nacional em 2026.
“O Brasil precisa de um Senado forte, que defenda a independência dos Poderes, que proteja as famílias, que enfrente a criminalidade com leis mais duras e que ponha freio na baderna dos sem-terra. Precisamos de senadores com identidade clara com a direita, senadores municipalistas, que conheçam o chão das cidades”, afirmou Manato, sob aplausos firmes e olhares atentos.

Com um discurso direto, firme e sem rodeios, ele tocou em pontos que encontram eco imediato no campo conservador: liberdade econômica, fim da impunidade, respeito à família e ordem nas ruas. E mais do que slogans, Manato falou de caminhos, apontou soluções e cobrou responsabilidade de quem se propõe a representar o Espírito Santo em Brasília.

Apesar de estar de saída do PL — decisão provocada pela escolha do senador Magno Malta de indicar a própria filha, Maguinha Malta, como pré-candidata ao Senado — Manato não se deu por vencido. Ao contrário: sua desfiliação tem sido interpretada como um gesto de autonomia. Ele deixou claro que está em busca de uma nova sigla e reafirmou a intenção de disputar uma das duas vagas ao Senado.
Em tom bem-humorado, disse:

“Não quero atrapalhar ninguém. Só quero ficar no coração de todo mundo. Se tiverem um espaço, lembrem do Manatinho. A fala descontraída revela uma estratégia já conhecida nos bastidores: num cenário com duas cadeiras em disputa, a construção de um espaço próprio dentro do eleitorado conservador pode ser decisiva — sobretudo se evitar confrontos diretos com nomes mais competitivos de outros espectros, como Renato Casagrande (de centro-esquerda) e Sergio Meneguelli (de centro). Para isso, Manato tem confidenciado a aliados que, no período eleitoral, não fará questão de ser a primeira escolha — aceitará com naturalidade o papel de segunda opção do capixaba. Afinal, como ele próprio costuma dizer, senador eleito é senador com o mesmo peso — não importa se foi o mais votado ou o segundo colocado; o que conta é estar entre os dois. E é nisso que ele aposta.

Com duas campanhas ao governo do Estado no currículo — sendo que, na última, em 2022, ultrapassou a marca de um milhão de votos — Manato retorna ao debate com mais experiência e discurso amadurecido. As derrotas o tornaram mais estratégico. E a bagagem dos últimos anos parece ter ampliado sua leitura sobre o Estado e sobre o eleitorado.

Agora, mais articulado, o médico e empreendedor aposta no capital político que cultivou com paciência: destinou emendas a dezenas de municípios, ajudou a projetar lideranças locais e jamais abandonou a pauta conservadora — presente em sua trajetória desde os tempos em que Jair Bolsonaro sequer aparecia nas pesquisas eleitorais presidenciais.

Não à toa, o encontro promovido por Manato é visto como um dos movimentos mais consistentes entre os que se organizam em torno da corrida ao Senado. Diferente de reuniões protocolares ou falas genéricas, ele mergulhou em temas centrais da agenda capixaba e nacional, mostrando que tem projeto, densidade e rumo.

O recado está dado: Manato não apenas voltou ao jogo. Ele voltou com método. E o Espírito Santo, mais uma vez, pode ser o palco onde a direita ensaia seu próximo grande passo.

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