Profeta Miguel escandaliza web e mancha imagem da Assembleia de Deus com sinais de falso profeta

Por Charles Manga

Miguel Oliveira, também conhecido como “profeta Miguel”, ganhou projeção nacional após vídeos seus ultrapassarem os limites das redes evangélicas e alcançarem o público secular. Ao mesmo tempo, lideranças evangélicas têm denunciado seus equívocos.

As gravações mostram o adolescente supostamente orando em línguas ou traduzindo o que outros pastores dizem em glossolalia  prática comum em cultos pentecostais. A repercussão nas redes sociais gerou reações divididas, tanto de apoio quanto de críticas, inclusive dentro do meio religioso. Entre as páginas que compartilharam os vídeos está o perfil do apresentador Luiz Bacci, que possui 24,9 milhões de seguidores no Instagram. Na postagem, Miguel aparece interpretando o que um pastor fala em “línguas”. A legenda da publicação destacou o contraste nas reações: “Enquanto seguidores exaltam sua suposta sensibilidade espiritual, uma ala mais conservadora da igreja o acusa de blasfêmia e questiona sua maturidade para exercer o ministério”.


O perfil Circo da Mídia, com 250 mil seguidores, também repercutiu o vídeo e escreveu: “Deu o que falar! Miguel Oliveira, de apenas 14 anos, tem chamado atenção como poucos. Com mais de um milhão de seguidores no Instagram e vídeos que somam milhares de visualizações, ele se tornou uma figura central entre os chamados ‘missionários mirins’. Dessa vez, o pastor falou a língua dos anjos, o que fez ser criticado pela própria ala do protestantismo. O que acharam?”

Nos comentários, internautas expressaram diferentes opiniões: “14 anos e já é 171?”, questionou uma usuária, com referência ao artigo do Código Penal que descreve o crime de estelionato. Outra comentou: “Tem pessoas que são usadas por Deus, e outras que usam a Deus (os falsos profetas)”. Um terceiro afirmou: “Não sei quem é pior, se ele ou quem dá palco pra ele…”. Críticas generalizadas também apareceram: “Nunca vi um povo pra envergonhar tanto o evangelho como os evangélicos”, disse outra pessoa. Um usuário católico ironizou: “Culpa do Lutero!”.

A polêmica também provocou manifestações entre pastores. Renato Vargens, pastor e escritor com forte atuação nas redes sociais, fez uma publicação criticando a exposição de Miguel e questionando os fundamentos bíblicos da prática apresentada nos vídeos.  “Definitivamente parte da igreja brasileira deseja um falso evangelho, cheio de misticismo e desprovido de verdades bíblicas. Para piorar a situação, esse tipo de ‘evangélico’ prefere dar ouvidos a meninos despreparados bíblica e teologicamente, a pastores e teólogos probos”, escreveu.

Vargens prosseguiu: “A cena que vemos nesse vídeo é falsa, absorta numa práxis bem diferente daquilo que a Bíblia ensina como verdade. Esse menino precisa ser cuidado, pastoreado e retirado dessa exposição cujo fundamento não pode ser considerado cristão”. “Eu não sei muito bem como funciona o governo das Assembleias de Deus, mas gostaria de fazer uma pergunta bem respeitosa: não se pode fazer nada quanto ao falso Evangelho pregado pelo profeta mirim? Não existe na denominação nada que possa confrontar o garoto em suas heresias?”, questionou indignado Vargens, cobrando ação.

Categoria:

Deixe seu Comentário