A vexatória derrota do PL no Espírito Santo sob a gestão de Magno Malta
Por Alana Fardin
Nas eleições municipais de 2024, o Partido Liberal (PL), dirigido pelo senador Magno Malta no Espírito Santo, obteve um resultado extremamente decepcionante. Dos 78 municípios do estado, a sigla elegeu apenas cinco prefeitos, todos de cidades pequenas: Tiago Rocha em São Gabriel da Palha, Dr. Luis Pancoti em Ibatiba, Camarão em Muqui, Edu do Restaurante em Domingos Martins e Ronan Fisioterapeuta em Santa Maria de Jetibá. Este desempenho pífio expõe a fragilidade de um partido que, em nível nacional, é o maior do Brasil, mas que no solo capixaba sofreu uma derrota humilhante.
A principal razão para este fracasso recai sobre a condução desastrosa de Magno Malta à frente do PL no estado. O senador optou por cercear lideranças importantes, afastando figuras de grande expressão eleitoral, como Carlos Manato, que conquistou mais de um milhão de votos nas eleições de 2022. Em vez de unir forças e buscar alianças estratégicas, Magno preferiu isolar-se, impondo restrições a coligações com diversos partidos. Esta decisão privou os candidatos de bases sólidas para formar coalizões amplas, necessárias para enfrentar adversários mais estruturados.
Na Grande Vitória, o resultado foi ainda mais trágico. Candidatos do PL, como Capitão Assumção em Vitória, Coronel Ramalho em Vila Velha, Igor Elson na Serra e Ivan Bastos em Cariacica, amargaram derrotas expressivas. Nenhum deles chegou sequer a ameaçar os principais competidores, evidenciando a falta de articulação política e a desconexão do partido com os anseios do eleitorado capixaba.
De norte a sul do estado, a catástrofe foi evidente. O partido, que deveria despontar como uma das principais forças eleitorais, viu-se reduzido a uma posição insignificante. O que impediu um desastre ainda maior foi o fato de que alguns dos prefeitos eleitos tinham capital político próprio e não dependeram do PL para alavancar suas campanhas. Inclusive, alguns chegaram a bater de frente com Magno para garantir coligações com outras legendas, evitando que a sigla caísse ainda mais no ostracismo.
Com este desempenho medíocre, o PL no Espírito Santo volta a ser um partido nanico no que diz respeito à base eleitoral nas prefeituras. E o cenário pode piorar. Há rumores nos bastidores de que Magno Malta está reservando o partido para as eleições de 2026, com o objetivo de eleger suas filhas, o que intensifica as especulações sobre uma possível debandada de lideranças importantes, como Gilvan da Federal, que já estaria insatisfeito com os rumos da legenda.
O erro estratégico de Malta foi evidente: ele priorizou interesses pessoais e disputas internas em detrimento da construção de uma base sólida e competitiva. O resultado está à vista de todos: o PL, que poderia ser uma força política consolidada no Espírito Santo, foi reduzido a uma sigla fraca, sem expressão, e com um futuro incerto.