Efeito Bolsa Família: 15,9% dos jovens não estudam, não trabalham e tampouco estão procurando emprego, diz IBGE
Por Alan Fardin
No Brasil, 5,4 milhões de jovens de 14 a 24 anos não estudam, não trabalham e nem estão procurando emprego, representando 15,9% dessa faixa etária. Esses dados, levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgados pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), foram apresentados nesta terça-feira (28).
De acordo com o governo federal, a maioria desses jovens, 60%, são mulheres com filhos pequenos, e 68% são negros. No primeiro trimestre de 2024, o governo registrou 14 milhões de jovens ocupados nessa faixa etária, num universo de 34 milhões de adolescentes e jovens.
A distribuição dos jovens ocupados e desocupados mostra que 11,6 milhões apenas estudam, dos quais 52% são mulheres, 59% são negros e 81% têm entre 15 e 17 anos. Entre os ocupados, 12% dos adolescentes de 15 a 17 anos estudam e trabalham, enquanto 2% só trabalham. Para os jovens de 18 a 24 anos, 15% estudam e trabalham, e 41% apenas trabalham. A informalidade atinge 45% dos jovens de 14 a 24 anos.
Por outro lado, entre os 3,2 milhões de jovens desocupados, 51% são mulheres e 65% são negros. Além disso, 5,4 milhões de jovens não estudam, não trabalham e não procuram trabalho, com 60% sendo mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% sendo negros. O Maranhão apresenta o maior percentual de jovens informais (72%), enquanto Santa Catarina tem o menor (25,2%).
Os dados de escolaridade mostram que 23% das mulheres e 37% dos homens ocupados não concluíram o ensino médio. Por outro lado, 49% das mulheres e 46% dos homens ocupados possuem o ensino médio completo. Em relação ao ensino superior, 19% das ocupadas e 11% dos ocupados estão cursando, enquanto 9% das ocupadas e 5% dos ocupados já concluíram. Entre os desocupados, 50% das mulheres e 41% dos homens concluíram o ensino médio.
O ano de 2024 registrou um marco histórico no Brasil, com 602 mil jovens aprendizes contratados, o maior número já registrado. Desses, 63% são adolescentes de até 17 anos, e 37% têm entre 18 e 24 anos. Além disso, 59% dos aprendizes ainda não concluíram o ensino médio. Em relação aos estagiários, o total chegou a 877 mil, um aumento de 37% em relação a 2023. A maioria dos estagiários (661,3 mil) está cursando o ensino superior, enquanto 154,8 mil estão no ensino médio. Mais da metade dos estagiários (51%) trabalham em empresas privadas, e 40% no setor público.
A taxa de desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos subiu para 16,8% no primeiro trimestre de 2024, representando 2,5 milhões de jovens desocupados. A taxa de desemprego geral no Brasil foi de 7,9% no mesmo período, o menor índice desde 2014. Historicamente, a taxa de desemprego tende a subir nos primeiros meses do ano devido ao término dos empregos temporários de fim de ano.
Comparando os dados do primeiro trimestre de 2023 e 2024, houve uma redução na taxa de desemprego em várias faixas etárias: de 14 a 17 anos, de 33,1% para 30,2%; de 18 a 24 anos, de 18% para 16,8%; de 25 a 39 anos, de 8,2% para 7,3%; de 40 a 59 anos, de 5,6% para 5,2%; e de 60 anos ou mais, de 3,9% para 3,2%.